3 Coisas na Musculação que você precisa "Desaprender"

 É frequentemente útil examinar o que nós pensamos que sabemos sobre treino, nutrição, e todas as formas que buscamos e monitoramos resultados. O maior e mais assustador problema, é quando percebemos que algo que acreditávamos estar fazendo certo é na verdade ineficiente ou simplesmente errado.

Neste caso, acabamos perpetuando mitos ou fazendo sempre as mesmas coisas apenas por hábito. Portando, precisamos estar abertos à novas ideias, do contrário corremos o risco de ficar com o corpo sempre do mesmo jeito e levantando as mesmas cargas, ano após ano.

Toda academia tem “aquele cara”. Aquele que toda vez que vemos, está fazendo a mesma coisa – os mesmos exercícios, nos mesmos dias, com as mesmas repetições e usando os mesmos pesos – como se ele estivesse preso em um loop infinito desde o primeiro dia de treino.

Este cara não vai chegar a lugar algum, porque ele está preso à uma única forma de pensar. Ele acredita cegamente que o treino que ele faz é o melhor e se nega a tentar coisas novas. Por isso, precisamos ter certeza de não estar cometendo os mesmos erros.


 


1. Você não é o seu biotipo

O biotipo é aquela antiga classificação que as pessoas adoram se descrever. Caras gordos que não conseguem emagrecer dizem ser endomorfos; caras magros que dizem que comem de tudo e não aumentam o peso se auto-denominam ectomorfos; e os sortudos que dizem ganhar massa muscular independente do que façam são os famosos mesomorfos.

É um sistema popular de categorização, pois parece ser algo que vai direto ao ponto. Se você é assim, então você será chamado disso e se você tem essas desvantagens genéticas, você tem que treinar assim. É por isso que este tipo de classificação tem tanto apelo entre os praticantes de musculação, é um sistema integrado de desculpas. “Ah, eu sou um ectomorfo, então a culpa não é minha se eu não consigo ficar grande. Se eu fosse como você, um mesomorfo, eu já estaria gigante”

O problema é que estas categorias foram originalmente criadas no início dos anos quarenta pelo Dr. William Sheldon, um psicólogo, que usava essa divisão como uma maneira de prever traços de personalidade baseados na aparência. Não tinha nada a ver com o treinamento físico ou como precisamos treinar ou comer.

Talvez seja mentalmente reconfortante para o novato magrinho saber que Frank Zane era um ectomorfo também e ainda sim conseguiu ganhar três títulos do Mr. Olympia. Talvez o iniciante gordinho olhe para o Jay Cutler e pense, “Caramba, ele é um endomorfo e conseguiu construir tanta massa muscular e ainda consegue ficar magro, então eu também posso”.

Nenhum dos dois vai chegar a lugar algum até o momento que eles pararem de usar termos psicológicos para influenciar a sua preparação física. Jogue fora os rótulos e aprenda a tratar você como um indivíduo único.

Se você é alto e raquítico, você não precisa “comer como um ectomorfo”. Você precisa comer como qualquer pessoa precisa para ganhar massa muscular. Talvez você tenha um metabolismo rápido (uma qualidade estereotipicamente de ectomorfos) ou talvez não. De um jeito ou de outro, a única maneira de crescer será comendo mais (sendo um ectomorfo ou não).

Por outro lado, se você é baixo e com bastante gordura, você não é um endomorfo. Você é um cara gordo. Largue as desculpas e coloque a mão na massa. Cara gordo + dieta correta + treino pesado + aeróbicos = eventualmente um cara magro. Não existe nada “endomórfico” sobre isso.

Todos os fisiculturistas bem sucedidos que eram “ectomorfos” ou “endomorfos” tem algo em comum: eles treinaram igualmente pesado, de maneira inteligente e se mantiveram na rotina à longo prazo. É incrível como estes três passos consegue transformar qualquer biotipo.

2. Medir seu nível de gordura é inútil

Aqui vai outra ideia que muitas pessoas ficam presas. Ficar medindo minuciosamente a gordura corporal é tão útil quanto saber qual é o seu QI. É legal saber, mas só serve para sair falando para os outros quanto você tem.

Fisiculturistas de elite sobem ao pouco com 2% a 5% de gordura corporal, mas até nas competições isto não importa. Obviamente eles precisam estar extremamente magros para mostrar a qualidade muscular, mas as vezes um cara com 5% de gordura está com mais qualidade do que o cara com 3%. No dia da competição, o que vale é a aparência, não os números.

Para nós, que provavelmente não iremos subir ao pouco, também é uma gigante perda de tempo ficar monitorando o percentual de gordura, primeiramente porque para conseguir uma medida válida (que já é um desafio), você ainda terminará com um conceito intangível – um número. Que não falará nada que você não possa descobrir sozinho com o espelho.

Se ter um corpo magro e bem construído é o seu objetivo, não fique se estressando em conseguir um determinado percentual de gordura. Use fotos ou a fita métrica como medidores de progresso. Eles são muito mais confiáveis e imparciais. As pessoas fazem medições de gordura incorretas a todo momento, mas um braço de 45cm flexionado, vai ter 45cm na fita de um jeito ou de outro. Sem erros.

3. Treinos fullbody (de corpo inteiro) não são apenas para iniciantes

Se nós queremos construir músculos gigantes, então devemos treinar como as pessoas que tem músculos grandes, não ? Mas aqui vai uma bomba – muitas pessoas conseguiram construir músculos grandes usando apenas treinos fullbody. Na verdade, muitas gerações de levantadores de peso ficaram maiores e mais fortes, com quase todos os treinos envolvendo o corpo inteiro em um único dia.

Usar divisões de treino não é a única maneira de ficar grande. Treinos fullbody não merecem a fama de treino para iniciantes, porque eles são realmente úteis e podem ser efetivos para todos, independente da experiência.

Primeiramente, vamos admitir que a frase “treino fullbody” é muito vaga, e é justamente esta a maior parte do mal entendido. Um treino fullbody simples poderia ser assim:

Um exercício de puxar
Um exercício de empurrar
Um exercício para membros inferiores

Este treino se traduziria em “uma remada, um supino e um agachamento”, ou algo do tipo. É uma maneira sólida de atingir da cabeça aos pés em apenas um treino. E pode ter certeza que você vai sentir o treino nos dias seguintes. Mas um treino fullbody também pode ser assim:

Exercício de costas
Exercício de peito
Exercício para quadríceps
Exercício para ombros
Exercício para posteriores das pernas
Exercício para tríceps
Exercício para bíceps
Exercícios para abdômen


Um treino mais detalhado, mas certamente trabalha o corpo inteiro. Este tipo de rotina é a mais indicada para iniciantes e menos efetiva para avançados.

Um treino desses sendo executado por uma pessoa mais avançada, fazendo 8 grupos musculares no dia, seria incrivelmente ineficiente e difícil de se manter a longo prazo. Contudo, um programa bem desenvolvido, que manipula adequadamente o volume, intensidade e escolha de exercícios, pode permitir que até mesmo os mais avançados treinem o corpo inteiro em um só treino, múltiplas vezes na semana.

Com isto estamos aprendendo, ou re-aprendendo, que um treino inteligente com maior frequência é o caminho certo para maiores ganhos. Por quase 100 anos, algum tipo de treino envolvendo o corpo inteiro foi usado por atletas e recomendado pelos melhores treinadores, como uma maneira de construir tamanho e força muscular, independente da experiência.

Divisões de treino (ABC, ABC2x, ABCDE) funcionam também, sem dúvidas – mas a presunção ignorante de que eles são apenas para os avançados e os fullbodys só servem para iniciantes, é a mesma coisa que dizer que a dieta low carb é a única maneira de perder gordura.
Conclusão

Agora é o momento perfeito para checar seu treino, nutrição e maneiras de monitorar progresso, para ver se não está na hora de rever suas ideias e quem sabe aceitar algo novo.

Já usa estes princípios no treino, vai começar a usar ? Comente!


Fonte: Hipertrofia.org

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